DELÍRIOS

Não mostro nem sombras nem gritos mas estou acordado, sim, eu vivo, e ainda que os sonhos apenas sejam mitos, sim, eu vivo, e cada momento eu arquivo. Não são apenas delírios de vida. Eu tenho chegada, pois sou músico de coração. Não pensem vocês na ferida, mas sofro; “...e declaro que fico”. Critiquem agora, pois enquanto podem, sou homem e erro, sou homem e acerto, sou carne, sou alma, sou homem, e vejo, meu caminho está aberto. Não são lírios, não, são delírios de amor. A melodia me paraliza. Eu entro na dimensão dos lírios. Canto, toco, componho na brisa. Me perco na dissonância do acorde. Grito. Me acho na luz da loucura em delírios de dor. Agora sou lorde e no meu peito ferve o som da bravura.